sábado, 1 de maio de 2010

De Apropriar a Intervir há um a



O ano de 2006 começou com uma ação, irônica por sinal. Percorrendo o caminho da minha casa até a Escola Guignard, passando pela Av. Bandeirantes, distribuo camisinhas, ou pelo menos chocolates disfarçados como tal. A reação das pessoas, em sua maioria, era de espanto; um tema que remete ao sexo assim, na rua, de forma tão casual; depois era de riso, caso descobrissem... Questões, que ainda permanecem, foram despertadas durante o processo: como registrar uma ação de forma que seu registro se expanda? Será que ela deveria ser registrada como forma de comprovar sua existência, ou deveria ser apenas vivida naquele instante? Qual a validade desse documento caso ele se torne apenas uma forma de comprovação da ação, ou uma forma para sua comercialização? Decidi por não registrá-la deixando a sua existência a cargo da memória, ou por prova física de quem guardou um pedaço de sua história.



Durante o ano de 2006 aconteceu em BH o evento Cow Parade, extremamente criticado por ser a mais comercial dentre todas as intervenções urbanas. Me aproveitando desse contexto realizei a intervenção urbana: Milkneide a Vaquinha que Thanks God! Não Foi a Cow Parade! Em: Milkneide in tha Tree! Constituindo-se num carimbo com um desenho de uma vaca, com o qual carimbei diversos papéis de pão, depois esses papéis foram grampeados nas árvores que encontrava durante meu deambular pela cidade. As questões de território, do vagar na cidade e anteriores, etc., continuavam, mas ainda não tinha resposta para as que realmente me incomodavam. Então deixei sua existência a cargo daqueles que a recolheram para si...



CRO, Flávio. Proteja-se!, 2006, ação urbana, distribuição de camisinhas de chocolate. 


CRO, Flávio. Milkneide a Vaquinha que Thanks God! Não Foi a Cow Parade! Em: Milkneide in tha Tree!, 2006, intervenção urbana, papéis de pão carimbados e grampeados à árvores, dimensões variadas.




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