Finda-se a Infância

Livro de Visitas

Talvez eu cresça... Mas se crescer continuarei a ouvir as estrelas?

O final de 2005 também inicia algumas questões: Como me apropriar de uma exposição? Como me apropriar de uma galeria? Como compartilhar com todos ao meu redor de uma obra?

Passo a realizar um processo mais deambulatório do que psicogeográfico, tanto letrista quanto situacionista. A cada exposição que visito deixo minha assinatura artística em seus cadernos de visita. Assino seu documento, reconheço-o como arte e assim me reconheço como artista, por processo análogo todos ali presentes atestam, datam e partilham dessa verdade.

CRO, Flávio; et. al. Livro de Visitas, 2005 à ..., work in progress, assinatura de livros de exposição, página de um livro de 2005, dimensões variadas.

CRO, Flávio; et. al. Livro de Visitas, 2005 à ..., work in progress, assinatura de livros de exposição, página de um livro de 2010, dimensões variadas.

Referências

TAPIES, Antoni. Sem Título, técnica mista.

Na arte trabalhamos sobre referências culturais.


Nos últimos meses do ano de 2005 fui apresentado a obra de Antoni Tàpies, por intermédio de um vídeo, nas aulas de Desenho de Objeto da professora Odila Fontes - cuja paixão pela arte a levou até o fim a partilhá-la com seus alunos e apreciadores. O principal aprendizado versou sobre nossos parentescos artísticos.

CRO, FLávio. Sem Título, 2005, técnica mista, 2 x 1,35m.


CRO, FLávio. Sem Título, 2005, técnica mista, 2 x 1,35m.

CRO, FLávio. Sem Título, 2005, técnica mista,  72 x 30 x 30cm.

CRO, FLávio. Sem Título, 2005, técnica mista, 67 x 18 x 14cm.

Estes últimos trabalhos do ano de 2005 foram experimentações: do desenho à escultura, da descoberta da linha a descoberta do gesto, do poder da palavra como desenho, como imagem; da fuga de elementos contidos, do encontro de elementos largados, classificados como lixo e recolhidos como arte. Impactante! Além de referenciado.

A 1ª Série se Desdobra

CRO, Flávio. Sem Título, 2005, técnica mista, 40 x 30cm, coleção privada.

CRO, Flávio. Sem Título, 2005, técnica mista, 64 x 45cm, coleção privada.

Do 1º para o 2º semestre de 2005 começo a abandonar cada vez mais os suportes tradicionais, procurando realizar um amálgama entre o desenho e seu suporte, abolindo as fronteiras entre os mesmos, procurava alargar sua potencialidade de discussão.

A linha é uma herança, a colagem e a apropriação se tornam uma forma de reunir memórias através de pedaços de objetos significantes, achados, ou compartilhados, alguns preciosos demais para terminarem soterrados sobre a poeira, outros que eram resignificados. 


Acontecimento interessante ocorreu após a aquisição do trabalho logo acima. Passado algum tempo, a colecionadora que o adquiriu decidiu emoldurá-lo em acrílico, embora eu tenha insistido em sua existência sem tal, mas o trabalho pertence a ela e aceito que tenha plena liberdade para decidir sobre seu destino. 


Indiquei  o mesmo local que executou com esmero outro projeto para mim, meu Diário de Um Pequeno Quebra-Cabeças. Ao chegar no lugar com o trabalho em mãos, sua assistente, foi atendida pelo dono que confundindo o trabalho com sua origem: lixo, - confusão justa - anotou o endereço de entrega do serviço, a caneta, no próprio trabalho. Problema criado e discutido longamente por telefone entre os dois, coube a mim a solução: apropriei-me de sua intervenção inspirando-me na famosa frase de Dona Beija: "Cada um dá aquilo que têm de melhor."

 CRO, Flávio. Sem Título, 2005, técnica mista, 64 x 45cm, coleção privada.

CRO, Flávio. Sem Título, 2005, técnica mista, detalhe, coleção privada.

CRO, Flávio. M. A. M. I., virótica 2005, técnica mista, 60 x 30 x 10cm.

A segunda exposição foi um projeto coletivo, no qual decidimos construir "dominós" para constituir uma instalação para o evento Virótica 2005. A minha peça recebeu intervenções dos colegas de classe engajados no projeto, além de arrecadar diversas contribuições ainda hoje, em diversas espécies.

CRO, Flávio. Sem Título/RG, 2005, técnica mista, 10 x 7cm.

Surge a oportunidade da 1ª exposição! A convite do Prof. Marco Túlio Resende realizamos uma pesquisa sobre nossa identidade, cujo resultado comporia a exposição RG, o intuito era reconstruí-la artisticamente.

A 1ª Série

É como estar no primário! E numa cidade como Belo Horizonte não conhecer Amilcar é um pecado... Mas ser capaz de entrar nesse imaginário e perceber dentro de um trabalho suas fundações se torna pura descoberta, de maior importância. A linha gestual de 2004 retorna em si, e a palavra escrita começa a transbordar da imagem-texto.

CRO, Flávio. Sem Título, 2005, da série contrastes, técnica mista, A3.

CRO, Flávio. Sem Título, 2005, da série contrastes, técnica mista, A3.

CRO, Flávio. Sem Título, 2005, da série contrastes, técnica mista, A3.

E no início foi assim:

CRO, FLávio. Sem Título, 2004, técnica mista, A3.

Para muitos criatividade é algo inerente ao artista, para mim é algo a ser aprendido.

Por que temer errar?

O ano de 2005 marca o início da minha aprendizagem em arte com a entrada na Escola Guignard, nessa época 2 matérias foram de grande importância: Criatividade com a professora Claúdia Renault e Expressão Bi-Tri, com o professor Marco Túlio Resende. Na primeira aprendi a acreditar no meu fazer, a "validá-lo" como arte; na segunda a perder o medo de riscar o papel, de errar, aceitando-o e incorporando-o.

E no Vestibular Ficou Assim

CRO, FLávio. Line, 2004, acrílica sobre papel, estudo para prova de criação, A2.

CRO, FLávio. Sobrinha Laura, 2004, lápis sobre papel, estudo para prova de observação, A3.

CRO, FLávio. Maguila, 2004, lápis sobre papel, estudo para prova de observação, A3.

E Tudo Começou Assim...

CRO, Flávio, Fantasia 2000, muitos anterior a 2004, lápis sobre papel, A3. Um professor sempre subia as escadas dizendo: "cuidado com a naba voadora, ela vai aterrar nos distra..."

CRO, Flávio, Câncer, Cavaleiros do Zodíaco, muitos, muitos anos atrás..., lápis sobre papel, A4.

Um amigo convidou-me: "vamos desenhar?" Eu respondi: não sei como...