segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

PERFORMAMA


CRO, Flávio. Pão Nosso de Cada Dia. 2014, ação de distribuição de 33 "hóstias" embrulhadas em papel e distribuídas para os presentes, que as aceitaram, após a entoação da frase: "pão nosso de cada dia". 
A ação se estendeu até que as "hóstias" se extinguiram. 


A 1ª noite de performances da Galeria Mama/Cadela: PERFORMAMA, que ocorreu  em 14/11/2014, por iniciativa de Gustavo Maia e Marci Silva - que estão a frente do da galeria - paralelamente a exposição Empate de Manuel Carvalho - a 1ª após uma saudosa hibernação - marcou essa nova fase desse espaço cultural singular de Belo Horizonte conhecido por suas festas e exposições bombásticas dos jovens artistas da capital mineira. 



Através dessa proposta de ativar uma multiplicidade de eventos, conectando diversos artistas e abrindo o diálogo entre as linguagens, a galeria aposta na dinâmica e no potencial de atração que essa abundância de atores carrega para ativar e insuflar o fôlego da vida em seus eventos, deixando de serem exposições estáticas, que só recebem o observador,  para se tornarem exposições agentes, que agem através desse movimento pendular de retorno do público e de artistas, para recriar a percepção das obras por meio dessa contaminação de suas ações com o ambiente.



A noite teve ações como Grama de Efe Godoy, na qual o artista performa um enorme rei pássaro solitário, que, como numa fábula, transforma toda essa casa em seu ninho de arte e os observadores em seus súditos atentos. Diego Reis entra em meditação debaixo da chuva e traz para a galeria toda a aura de força e transcendência de um faquir indiano. Em Purificação Priscila Rezende oferece seu corpo negro e nu como uma tela e se submete as imposições de palavras dos outros pintadas sobre ela, para depois se purificar lavando-se sob as águas da chuva. Durante a ação Faces (estendida) de Bárbara Avelino, a artista nos mostra os exageros da busca obsessiva pela beleza, sobrepondo camadas e mais camadas sobre seu rosto, até que este se deforma tornando-se uma massa irreconhecível em frente ao espelho e espectadores, enquanto a artista continua perdida em sua busca pela perfeição... A minha contribuição foi com uma ação que é um desdobramento da minha proposta Pão Nosso de Cada Dia: http://flaviocro.blogspot.com.br/2012/10/pao-nosso-de-cada-dia.html - na qual realizo uma paródia de um artista puro, ao distribuir "hóstias" para o público - moedas de R$ 1,00 embrulhadas - confundindo e mesclando os papéis do colecionador ao do espectador e invertendo a lógica do ganhar o pão com meu trabalho, ao mesmo tempo em que exponho as dificuldades dessa relações na arte. 
















CRO, Flávio. Pão Nosso de Cada Dia. 2014, ação de distribuição de 33 "hóstias" embrulhadas em papel e distribuídas para os presentes, que as aceitaram, após a entoação da frase: "pão nosso de cada dia". 
A ação se estendeu até que as "hóstias" se extinguiram. 



Diego Reis durante sua ação.






Ação Grama de Efe Godoy








Ação Purificação de Priscila Rezende.

Ação Faces(estendida) de Bárbara Avelino.





Pelo espaço da Galeria Mama / Cadela 



quinta-feira, 16 de outubro de 2014

fARTura - refARTura


CRO, Flávio. Revoada: Pássaro Esperança, Arara na Furada, Pássaro de Baile, Pássaro Anu, Pássaro Janela, Pássaro Seleção, Pássaro Esperança, Pássaro Aguado, Pássaro Combinante, Pássaro Combinado, dentre outras, 2014, acrílica e tempera ovo lavadas sobre madeira. Montagem de quebra-cabeças de pinturas na parede, dimensões variadas.

faARTura

O paraíso tem endereço certo em Belo Horizonte! Fica na rua cachoeira dourada, nº 44 e a partir do dia 11-06, apreciadores, artistas e fãs em geral, poderão se banhar no ouro dessas águas com direito a vista próxima de uma miríade de estrelas, que juntas desenham uma constelação, cujo fogo de seus astros inspira uma mostra que pretende nos sublimar do chão as nuvens desse paraíso das artes!

Começamos com 44, um número mestre: 44 é o lugar, 44... artistas, 44 que é elevação da matéria, agora já somos 51, meio cento mais um: "uma boa ideia!" Unidos por essa simbologia única que esquenta nossas veias, a mostra é um gozo do esforço coletivo de grandes nomes da arte mineira, que lutam contra a “farta” de espaço e estruturas, que não dão conta de absorver a potência com a qual nos inscrevemos nas linhas de nossa cidade.

Portanto o convite é para se fARTarem, para ousarem passar pelas portas do galpão e serem brindados com o vermelho de nossa terra espalhado em telas do teto ao chão, com o barro de nossas minas fixado em objetos sem fim ou função, que não sejam para os olhos da alma, com as linhas de nossas serras gravadas sobre superfícies imaginárias, com a ousadia das novas práticas que sustentam o futuro dessa Arte, tão única, tão nossa, que parece ter sido escavada direto de nossas montanhas...

Flávio CRO

 Público na abertura da mostra, em torno de 1600 convidados compareceram

 da esquerda para a direita: Flávio CRO, Clarice Cyrino, Marconi Marques, Camila Lacerda, Lídia Miguelão e Rodrigo Mogiz. 



Imagens dos artistas presentes na mostra.

 Convite da exposição fARTura com referência aos participantes

http://vimeo.com/98056166

http://vimeo.com/97666325

 Convite da exposição refARTura com referência aos participantes

Não sou pessimista, estamos realmente saindo da era chumbo e retornando ao ouro. A pedra filosofal já foi encontrada bem aqui em Belo Horizonte: artistas talentosos ressurgem das cinzas como a Fênix egípcia. Como diz Nietzsche, tudo vai e vem. À noite segue-se o dia e a Aurora chega tão esplendorosa como antes. Alías, ela não chega porque nunca se foi realmente. Estava adormecida dentro dos seres e como a sua natureza é feita de despertar, é mister e inevitável que ela desperte. Eis, portanto a ALVORADA! 


EXPOSIÇÃO REFARTURA - GALPÃO PARAÍSO - DE 28/08 ATÉ 28-09. BAIRRO PARAÍSO

Rosângela Martins – 30/08/2014



CRO, Flávio. Sem Título, 2014, objeto manipulável, aço e pedra sabão, 17cm³.

CRO, Flávio. WEME, 2012, objeto, reflexão de pintura com esmalte de unhas sobre espelhos de R$ 1,99, 25 x 25 x 30cm.


OS ESPELHOS DE CRO

AS CRIANÇAS SABEM... Quando recebi a obra QUANDO 3 TENDE AO INFINITO de Flávio disse a ele: “A primeira coisa que vou fazer é mostrar às minhas crianças...". Eu não disse nada, apenas pedi que elas produzissem um pequeno texto para mim de suas impressões sobre a obra. Quatro crianças de 11 anos. O resultado? SURPREENDENTE! Há muito tempo observei: “Converso de igual para igual com as crianças e elas compreendem tudo o que eu digo. Tento com os adultos e a comunicação é falha. POR QUE SERÁ? Querido Flávio, veja o que disseram sobre o seu trabalho:


“Neste quadro eu vejo várias montanhas e nos espelhos o infinito, por baixo, pela direita, esquerda, no meio. E no infinito tem outro infinito. Por mim, ficaria olhando o dia inteiro.”
ANNA CLARA

“Eu acho que podem ser óculos, aqueles óculos grudados ao pé do espelho. Se olharmos para o lado, aparece o infinito. Também dá para perceber que tem um infinito dentro do infinito. Muito foda, ou melhor, muito legal! Vou tentar fazer um igual para mostrar para os meus amigos!”
GUSTAVO

“Eu vi hoje um espelho, mas não era um espelho qualquer. Esse espelho, para mim, é mágico porque quando a gente olha para os dois lados, não encontra o fim. Ele também tem uma parte de um coração que vira um oito. Inacreditável!”
GUILHERME

“Vejo com a minha imaginação o símbolo do infinito e quando você olha para o espelho que está do lado, você vê vários espelhos que não acabam. Quando eu vi, pensei que fosse uma cadeira de espelhos de algum rei. Depois fui notando que eu tinha que ter imaginação para ver o espelho. Também vi várias caixinhas de espelho dentro do espelho.” 
GIOVANNA

E eu Rosângela, quando sai para nadar ontem pensei: “É incrível como a realidade de quatro espelhos produz infinitos imaginários...

Rosângela Martins – 01/11/2014


Detalhe da montagem dos trabalho no Galpão Paraíso 44
Detalhe da montagem dos trabalho no Galpão Paraíso 44

 da esquerda para a direita: Flávio CRO, Rodrigo Mogiz, Lídia Miguelão e Wilson Avelar

da esquerda para a direita: Flávio CRO, Rodrigo Mogiz, Lídia Miguelão, Wilson Avelar, Augusto Fonseca e Ana Luiza. 


registro dos artistas presentes na mostra.