O projeto Território Museu Mineiro 2007 reuniu dez artistas: Ariel Ferreira, Camila Gomes, Flávio C. R. O., Luiz Henrique Vieira, Marcela Yoko, Pedro Veneroso, Roberto Andrés, Rosa Araújo, Tales Bedeschi, Walter Trindade, coordenados por Cinthia Marcelle e Laís Myrrha, numa oficina que propunha um dialogo com o acervo do Museu Mineiro, numa leitura crítica do mesmo. Foi apresentado como quatro trabalhos, exibidos com espaçamento de duas semanas, e com uma inauguração individual de cada um. Numa solução a pergunta: como fazer o público retornar ao museu?
Uma das propostas iniciais foi a manutenção de um diário, no qual cada um registrasse suas impressões artísticas no período.
Abaixo algumas imagens do diário que mantive durante a oficina.
CRO, Flávio. Diário do Projeto Território Museu Mineiro, 2007, técnica mista, sob guarda do Museu Mineiro.
Como propostas finais:
A Reserva I que tomou conta da Sala das Sessões. Como forma de velar para mostrar, retiramos as cortinas que tampam as janelas das periferias da sala e as deslocamos para a frente dos quadros expostos no centro desta. Repentinamente o que esta fora se torna presente dentro desse espaço hermético do museu, suas janelas antes cobertas, se abrem à possibilidade da paisagem exterior. Seus quadros, antes material central, são agora periféricos, pedem uma aproximação, pedem não que sejam vistos, mas espiados.
CRO, Flávio; et al. Reserva I, Projeto Território Museu Mineiro, 2007, instalação/deslocamento das persianas das janelas para a frente dos trabalhos.
Fotografias: Daniel Mansur.
Bastidores
Ana Maria Miguel
Oficineiros e Produção; foto: Luiz Henrique Vieira
Luiz Henrique Vieira; Foto: Flávio C. R. O.
O que esperar de uma lente e alguém para apertar o botão?
fotografias: Luiz Henrique Vieira.
Na Reserva II, que teve como foco a Sala do Colecionador, foram colados 6.000 post-its em 3 faces da vitrine de uma estátua de São Miguel Arcanjo; em cada um dos post-its haviam frases e/ou desenhos retirados de uma tese de mestrado sobre a peça, defendida pela restauradora do Museu Mineiro. Desvelar para ver, deixar a luz criar desenhos, a cor nos hipnotizar. Utilizando-nos de uma sutileza presente na estratégia dá primeira reserva, passamos aqui para a apropriação, para a colagem, para a cor, a impregnação, a participação ativa, a redundância. Não só se aproximar, nem somente espiar, mas colecionar.
CRO, Flávio; et al. Reserva II, Projeto Território Museu Mineiro, 2007,
desenho e texto sobre 6.000 post its colados à vitrine de exposição.
Fotografias: Daniel Mansur.
Da série: Celebrando no Espaço - foto: Luiz Henrique Vieira
A Reserva III consistiu na substituição de todas obras expostas, na Coleção Arquivo Público, por caixas de MDF que conservavam as mesmas proporções dos trabalhos expostos nas vitrines. A uniformização dos trabalhos num único material e a substituição dos mesmos por suas supostas caixas, cria um deslocamento de valores, que lida com os conceitos prévio de valor do público que frequenta o museu. Ele agora é convidado a requerer em sua imaginação os complementos daquelas vitrines, ou a revalorizar o que protege a arte, como arte.
CRO, Flávio; et al. Reserva III,2007, instalação de caixotes de MDF no lugar dos trabalhos expostos na vitrine, Museu Mineiro.
Fotografia: Daniel Mansur.
Durante os intervalos Luiz Henrique nos reconstruía num ensaio fotográfico.
Luiz e Ariel
Luiz e Cinthia
Pedro e Luiz
Luiz e Tales
A Reserva IV foi realizada na sala de Arte Sacra, na qual foram instalados sensores de presença e uma película de espelho duplo, quando alguém se aproximava os sensores apagavam as luzes internas das vitrines, deixando-as espelhadas, gerando um misto de frustração, ao interromper sua visão, e surpresa, ao transportar a imagem do observador para as vitrines de exposição, invertendo as posições de espectador e obra.
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