sexta-feira, 14 de maio de 2010

Exposição 10 - Galeria da CEMIG - diário DA AULA

A resposta gráfica do papel ao gesto do artista também foi o meio escolhido por FLÁVIO para o seu “Diário DA AULA” - registros em folhas soltas, depositados em caixa transparente, em que cada uma de suas páginas em papel laminado, verso e reverso, trazem um curioso diário de aulas da disciplina “Desenho de Criação”. Na face prata, os relevos conseguidos pela pressão do lápis no verso da folha, táteis como escrita em Braille, convidam a quem manipula tais folhas a interagir, tanto com as sensações perceptíveis às pontas dos dedos e aos olhos, como com o próprio vulto espelhado, despertando daí um desejo de decodificar esses registros. Para isso, a ordem de leitura é aleatória, permitindo que cada visitante componha uma leitura pessoal da obra.

Sandra Bianchi
Curadora da mostra.

A mostra "10" aconteceu em outubro de 2007 na galeria da CEMIG, e contou com a participação de:

Alessandro Lima de Menezes; Alexandre Rodrigues; Cícero Miranda; Daniel Herthel; Flávio C. R. O.; Josana Matedi; Luiz Fernandos; Margarida Lima de Campos; Paulo Nazareth; Tereza Moura


CRO, Flávio. Diário DA AULA, 2007, técnica mista sobre laminado prata, 10 x 35 x 30cm, coleção privada.
Fotografia: Luiz Henrique Vieira.


CRO, Flávio. Diário DA AULA, 2007, técnica mista sobre laminado prata, 10 x 35 x 30cm, coleção privada.
Fotografia: Luiz Henrique Vieira.


CRO, Flávio. Diário DA AULA, 2007, técnica mista sobre laminado prata, 10 x 35 x 30cm, coleção privada.
Fotografia: Luiz Henrique Vieira.

Como forma de garantir sua leitura e constituição em um diário-objeto, foi construída uma caixa em acrílico transparente, um “mausoléu” no qual as páginas do diário são mantidas, sendo que as paredes guardam e revelam o que está em seu interior, aguçando a curiosidade de quem o observa, e sua vontade de descobrir as páginas que ali se encontram, mas também afirmando uma característica de proteção, frieza e beleza, quase dizendo: não me toque! Pois ali jaz algo precioso e “morto” ao contato físico. Dentro desta caixa as folhas do diário permanecem soltas, sem costuras que as liguem ou garantam uma ordem, deixando a cargo dos observadores a possibilidade de ordená-las como queiram, também possibilitam que se aproximem das páginas o quanto desejarem o que facilita sua inserção e re-interpretação do trabalho, além de trabalhar o lado sensorial através do toque no relevo. A inserção das imagens do espectador-leitor garantem-no como foco de interesse, além de deixarem entrar cor e vida, retirando do trabalho um pouco da frieza e do distanciamento que seu material e seu envoltório em acrílico proporcionam.

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