segunda-feira, 4 de março de 2013

Sampa, Mantra!


SHIMA, Programa Pipa Musical, et. al. Mantra, 2012, ação envolvendo música experimental com instrumentos sonoros e balões recheados com frases, Mobile Radio, 87,5 FM, 30ª Bienal de São Paulo, Brasil.

São Paulo! Depois de muito tempo longe colocar os pés nessa floresta de concreto é algo arrebatador! A pulsão cultural da mesma é algo que parece infindável, impossível visitar todos os seus eventos culturais. passar por alguns deles nos dá a ilusão de que, no Brasil, se investe em cultura...

O foco foi a 30ª Bienal, na qual, pela primeira vez fui realmente contaminado, a ponto de revisitá-la três vezes. Com a ironia presente em diversos trabalhos me identifiquei prontamente, ri e por trás dos sorrisos questionei ferozmente a própria chacota, chibata, chicota, que chamamos de Arte. Obcecados e obstinados muitos artista cobriram as paredes com pesquisas nas quais entregaram  anos de sua vida. 
Visitar a Bienal de São Paulo faz parecer boba a crença de que arte não têm público. Quantas mil pessoas por ali eu não sei, mas sei que eram mais do que o suficiente para tomar aquele espaço de curiosidade, de desgosto e de desejo. Dos seguranças que se divertiam com pequenos sustos ao surpreender os visitantes em labirintos difusos, aos artistas que transitavam incógnitos, a Bienal é um imenso palco no qual o Sistema da Arte se firmou, patrocinando a chance de cada personagem desempenhar seus diversos papéis.   




Cadu Oliveira, instrumento sonoro com partituras feitas com jogos premiados da loteria.
Um parente do meu
"Vivendo de Ar..."
http://flaviocro.blogspot.com.br/2011/01/vivendo-de-ar.html













Impressões fotográficas marcantes da 30ª Bienal de São Paulo.

Catedral Ortodoxa, Paraíso, São Paulo

Monumento em frente a Catedral Ortodoxa.


Parque Trianon, MASP, São Paulo.

Av. Paulista, São Paulo.

Atuando nesse grande palco da Bienal encontrei, no papel de visitante, meu amigo e colega de personagem  Geraldo Peixoto, além do amigo,  Shima, desempenhando como ninguém o papel de artista convidado, pelo programa Pipa Musical da Mobile Radio, 87,5 FM, da 30ª Bienal.

Shima - que é um dos poucos artistas que posso realmente dizer que faz valer o discurso de plataforma, dentro da arte, embora nunca o tenha visto proferí-lo - nos deslocou da posição de visitantes para a de participantes/construtores de uma ação musical, a qual denominou Mantra, nos possibilitando nossa primeira experiência de atuar, pelas tangentes - abertas também pela Mobile Radio -, dentro desse já tão institucionalizado evento.

Íamos impregnando o ambiente de balões recheados de palavras e de explosões inesperadas, tão logo, a música já ia se fazendo através desses ecos assustadores no pavilhão. Enquanto alguns abriam as portas, da rádio, para libertar o som, ouros passantes a fechavam, enclausurando-o, ou não... Balões, vozes e instrumentos foram se confundindo nos microfones da rádio, transformando-se em ondas que viajavam no ar e eram traduzidas em headfones dentro da Bienal, mas que não se limitavam aos mesmos; escapavam para fora daquela construção, buscavam saída nos equipamentos dos 
construtores da paisagem daquela cidade, que não recusaram ou que simplesmente encontraram sua sintonia. A transformação dessa ação estética, física, numa construção estética, sonora, quase que etérea, será, por mim, mantida viva dentro das preciosidades da memória...

















SHIMA, Programa Pipa Musical, et. al. Mantra, 2012, ação envolvendo música experimental com instrumentos sonoros e balões recheados com frases, Mobile Radio, 87,5 FM, 30ª Bienal de São Paulo, Brasil.



















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