CRO, Flávio. Revoada: Pássaro Esperança, Arara na Furada, Pássaro de Baile, Pássaro Anu, Pássaro Janela, Pássaro Seleção, Pássaro Esperança, Pássaro Aguado, Pássaro Combinante, Pássaro Combinado, dentre outras, 2014, acrílica e tempera ovo lavadas sobre madeira. Montagem de quebra-cabeças de pinturas na parede, dimensões variadas.
Alex Rosa o inventor de formas
Ouço falar sobre a pintura de Alex Rosa há alguns anos. Rodrigo Naves, Paulo herkenhoff, aguçaram a minha curiosidade. Comecei a pesquisar e a obra dele passou a se descortinar e a me encantar. Entendi por que os que o conheceram admiravam o seu trabalho. Apreciado por figuras emblemáticas do colecionismo mineiro, vinha sendo mantido no conhecimento local. A arte ainda é regional!
Frequentando Belo Horizonte, fiz contato com os colecionadores com o objetivo de conhecer melhor o vasto universo pictórico de Alex Rosa. Foi crescendo em mim a vontade de mostrá-lo em Belo Horizonte. Propus a vários colecionadores uma parceria para a exposição. Eles mostraram-se herméticos. Percebi o ciúme que, como colecionador, entendo perfeitamente. Propus comprar, mas eles também não queriam vender caro... Mas eu pus na cabeça que faria a exposição e passei a buscar o que existia disponível nas ruas para formar uma massa que permitisse mostrar minimamente o universo pictórico do artista.
Comprei em leilões, em coleções particulares, movimentei o que pude o mercado de BH, acreditando e objetivando a mostra, até que ela tornou-se realidade. Um dia, já com vários trabalhos no acervo, mostrei para Desali da Galeria independente Piolho Nababo. Ele não conhecia, mas de cara entusiasmou-se. Convidei-o para ser o curador e o projeto, para minha alegria, começou a andar, adquirindo uma grandeza ainda maior envolvendo diversos artistas locais . De lá para cá não nos cansamos de olhar, analisar e apreciar, e quanto mais olhamos, mais gostamos.
Esta exposição não pretende ser definitiva. Ela é uma relação conceitual das obras de Alex Rosa com esses grandes artistas mineiros: Mario Rufino, Marcone Marques, Flavio CRO, Tenesmo, Guilherme Bita, Manuel Carvalho, Barbara Damasi, Randolpho Lamonier, e bill com o suposto afinco desses artistas, cuja as obras precisam revelar o que a de melhor nesse circuito chamado “mercado de arte”.
Declaro-me feliz!
Joseph vagin
Critico, curador, artista, diretor de arte, doutorando na University of Art, Londres, recentemente organiza a exposição, galeria aberta Willian Rosa. É autor do livro “O Valor da obra a partir de 1,99 e suas ramificações no pôs- contemporâneo”.
Corredores da exposição Alex Rosa o Inventor de Formas na Galeria Chimera Cultural
A Galeria Chimera, dirigida pelo colecionador e pesquisador Alberto Hermanny, vêm a um ano realizando mostras, muitas delas, com artistas do cenário underground de Belo Horizonte, e fazendo a ponte entre essas propostas, muitas vezes, alternativas, com a galeria de arte, proporcionando o diálogo e o embate de ideias entre propostas que a primeira vista são conflitantes. Essa contradição, entre as novas propostas e as velhas formas, num mundo no qual as intervenções urbanas e novas práticas pareciam ter decretado o fim das instituições, mostram que os espaços como o museu, galeria, etc. ainda não tiveram seu laudo de morte decretado, assinado e datado, mas que, assim como a pintura - tantas vezes assassinada em nossa história -, se libertaram da escravidão dos modelos tradicionais, possibilitando o abrigo de novas leituras que redefinem suas funções, tornando-as mais dinâmicas, flexíveis e conectadas com a produção atual, ou seja as re-significando como espaço de experimentação contemporânea. Esse "fim", essa "morte" histórica, como Danto tanto nos lembra, deve ser encarado como o desfaio da libertação, nunca total é claro, mas mesmo que limitada dentro das possibilidades em que vivemos, ainda assim nos possibilitam um universo de conexões múltiplas prontas para serem re-imaginadas no nosso turbilhão de histórias cruzadas.
Flávio CRO
Noite de abertura da exposição.
Presenças marcantes na montagem da exposição.